Se voltássemos no tempo veríamos que, para conseguirmos nos atualizar com as informações do dia, certamente havia todo um caminho a percorrer e, com isso, nos programávamos para o horário em que iríamos ler o jornal ou a revista. O momento de assistirmos nosso programa de TV favorito exigia certo planejamento, pois iria passar em horário e data específicos. Penso que àquela época considerávamos esses momentos como parte do nosso lazer.
A evolução das redes interligadas trouxe um acesso imediato às informações e diversões disponíveis na palma da mão, enquanto houver bateria e sinal de internet: trouxe junto um bombardeamento na quantidade e facilidade de consulta.
No meio de uma atividade importante, basta a notificação de mensagem quebrar o silêncio da concentração naquilo que estávamos fazendo para simplesmente catalisar nosso vício em consumir o que aprendemos como momento de lazer.
Se somarmos o estímulo externo constante ao fato de que aprendemos a importância de sermos multitarefa como diferencial e sinal errôneo de produtividade, criamos um campo perfeito para semearmos a perda de foco.
O foco é importante para potencializarmos a mentalidade produtiva em nossas ações. A sua falta, com as constantes interrupções arruínam a possibilidade de vivermos o extraordinário, por nos transformarmos em catadores de migalhas no meio das inúmeras possibilidades.
Diversas técnicas surgiram para melhorar o foco e a atenção plena e assim minimizarmos os momentos de interrupções e desperdícios transformando-se em uma moda de consumo gigantesco.
Ao pesquisar o tema, rapidamente surgem muitas oportunidades de como melhorarmos nossa atenção e foco para assumirmos o controle e gestão de nossas atividades. Poderíamos procurar ainda técnicas de gestão de tempo e iremos aprender diversas metodologias encantadoras de como economizar tempo e assim sermos mais produtivos.
Todas as técnicas podem ser extremamente funcionais, mas, por qual motivo poucos realmente conseguem colocá-las em prática? A força de vontade nos permite a condição de seguirmos cada ferramenta por alguns dias e talvez, até por algumas semanas, mas vejo que não somos consistentes.
Isso acontece contigo? Começa com altíssima velocidade e, aos poucos deixa de lado o que estava fazendo para voltar a cometer os mesmos vícios não produtivos que você possuía? E ainda, você pode até começar a acreditar que isso não funciona no seu caso.
O que será que existe com as ferramentas que “de repente” param de funcionar? Acredite, as ferramentas de produtividade não têm um chip instalado programado para misteriosamente desligarem e pararem de funcionar.
Quando aquela descarga de energia e a motivação inicial passam, as coisas retornam ao normal e os velhos hábitos são imediatamente restaurados. Isso explica o motivo por que muitos são extremamente produtivos apenas com acompanhamento. Isso ocorre com a produtividade, assim como com o controle emocional ou qualquer outro tema que deseje avaliar.
Preste muita atenção no que vou te contar agora, pois existe um grupo de pessoas que busca as ferramentas, aprende com elas e mesmo quando as abandonam, continuam com os conceitos. Quando a mentalidade é transformada para vivermos o extraordinário, a ferramenta é o menor detalhe. O que acontece então com essas pessoas? Como conseguem?
As ferramentas assumem o papel correto, pois passam a ser o meio e não o grande responsável. Vejo que esse grupo “seleto” que experimenta novas técnicas de produtividade e mesmo quando param de as utilizar apresentam aumento em seus resultados possuem um alinhamento extremamente aderentes com os três eixos principais.
Isso é importantíssimo, porque ao entender esse mecanismo você deixará de consumir qualquer nova tendência de moda. Imagine que ao se reconectar com o que você realmente é, e ao identificar claramente onde você precisa chegar, você saberá como construir uma ponte de ligação entre o seu ser e o seu ter.
Ao reconhecermos quem (e o que) somos e identificarmos onde nosso propósito precisa nos levar, implica que saberemos quais são as pontes que precisamos construir. Com essa consciência começamos a buscar meios de otimizar recursos para conquistar o que desejamos. Entende que a ferramenta de produtividade é apenas o meio e não o fim?
Se concluirmos que ferramentas de produtividade são importantes para compreendermos como otimizar nossos recursos para o que realmente importa, entenderemos o conceito de foco. Afinal, como Steve Jobs dizia: “Foco é saber dizer não (…)”
E, qual a melhor ferramenta para aumentar o foco e a produtividade? Reconecte-se com o seu “SER” e saiba o seu “POR QUE”, a ponte entre eles será a soma das suas prioridades e automaticamente você saberá onde focar, simplesmente por saber ao que dizer “não”. Então, sinceramente, a ferramenta não tem importância, afinal é só um meio de facilitação. Talvez agora esteja se questionando como reconhecer o seu SER e o seu TER, mas isso é tema de uma próxima semana.
Coloque em prática e divida seus ganhos comigo! Na próxima sexta vou publicar mais um artigo sobre Mentalidade Produtiva. Dúvidas, sugestões e comentários não esqueça de me enviar.

Fernando dos Reis é MasterCoach e gestor de equipes de alta performance através da mentalidade produtiva alinhando pensamento, sentimento e atitudes. Para ser notificado de novas publicações: https://jornadadinamica.com/novidades, ou me siga no Instagram em @fernando.dos.reis
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